š„ Amortizar o CrĆ©dito Habitação vs Investir no S&P 500
Neste artigo, exploramos o dilema entre amortizar o crédito habitação e/ou investir esse valor no S&P 500. Trazemos um convidado e uma calculadora para simulares a tua situação.
OlĆ” malta!
Hoje, temos um convidado a escrever esta edição da newsletter. Falamos do Pedro Torres que, hÔ umas semanas, se propÓs a escrever sobre o popular conflito entre usar poupanças para amortizar o crédito habitação ou para investir no S&P 500.
SerÔ que uma opção é melhor do que a outra? Em que cenÔrio? SerÔ que podemos escolher ambas?
Neste artigo, exploramos estes cenÔrios com o Pedro usando uma calculadora feita à medida para avaliar que opção nos traz os melhores resultados financeiros.
A partir de agora, Ć© com o Pedro. Bora lĆ”!
No inĆcio deste ano, participei no podcast "Investidores como Nós", onde defendi o investimento em aƧƵes. Para quem gostaria de entrar no mundo da bolsa, referi como bom ponto de partida, investir num ETF que replica o S&P 500.
O Amador Financeiro jÔ falou de ETFs aqui mas, se não estÔs familiarizado com o que são, basta saberes que é uma maneira de comprar uma ação que representa as 500 maiores empresas americanas.
Adiante, um colega meu ouviu o episódio do podcast e mandou-me a seguinte mensagem:
Mal terminei de ler, recebi dois ficheiros Excel com cÔlculos que defendiam a ideia de que usar poupanças para amortizar o crédito habitação permite-nos poupar uma fortuna em juros. Fortuna essa que supera largamente o retorno de qualquer investimento na bolsa.
Na altura, senti que ele estava tão preparado para ter aquela conversa que nem tive coragem de contrapor. No entanto, ao olhar para os cÔlculos e números usados com mais atenção, algo parecia não bater certo. A poupança em juros era tão boa que chegava a ridicularizar a ideia de sequer considerar investir.
Após essa conversa, decidi aprofundar o tema para analisar diferentes abordagens que podemos ter no decorrer de um Crédito Habitação e como cada uma delas influencia o nosso património, sendo elas:
NĆ£o amortizar nem investir
Apenas amortizar.
Apenas investir.
Amortizar e investir (50/50).
Segundo a minha experiĆŖncia, quando leio um artigo de finanƧas, reconheƧo o quĆ£o complexo Ć© encontrar exemplos próximos da realidade de cada um. HĆ” sempre bastantes variĆ”veis a considerar porque cada famĆlia tem circunstĆ¢ncias financeiras diferentes.
No entanto, este artigo vai alƩm de situaƧƵes hipotƩticas.
Criei uma calculadora que permite a cada um simular o seu cenĆ”rio, com as suas condiƧƵes especĆficas, e perceber que opção traz o melhor retorno financeiro. O meu trabalho aqui passa por explicar a lógica por detrĆ”s do resultado obtido.
Para isso, comecemos primeiro por analisar alguns dados estatĆsticos da realidade portuguesa.
šøĀ A habitação Ć© o āpeso pesadoā no nosso bolso
Os custos com a habitação levam a maior fatia dos nossos rendimentos, representando 39% das despesas familiares em 2022/2023. Se analisarmos a evolução histórica deste indicador, verificamos que praticamente duplicou ao longo das últimas duas décadas:

Adicionalmente, a habitação trata-se do nosso maior ativo, tendo em conta que representa, em mĆ©dia, mais de metade do património das famĆlias portuguesas.
š§Ā Mas antes de pensar entre amortizar e investirā¦
Ć fundamental ter um Fundo de EmergĆŖncia.
Embora este seja um dos conceitos mais abordados em artigos de finanças pessoais, nunca é demais relembrar que este é o ponto de partida antes de explorarmos qualquer destino alternativo para as nossas poupanças, e não podemos cometer o erro de ignorar este passo.
Para quem não estÔ familiarizado com o conceito, este fundo destina-se a cobrir gastos inesperados, como problemas de saúde, reparações em casa ou no carro, ou na eventualidade de perder o emprego. Este fundo deve ser suficiente para cobrir entre 3 a 6 meses de despesas essenciais.
š°Ā Conservadores e pouco aforradores
Infelizmente, Portugal combina dois fatores extremamente perigosos para que nunca haja um verdadeiro crescimento da riqueza pessoal e familiar dos Portugueses:
Uma taxa de poupanƧa muito baixa.
Uma postura conservadora no que toca a investimentos.
Com uma taxa de poupanƧa de apenas 6,3%, muito abaixo da mĆ©dia de ~13% da UniĆ£o Europeia, os Portugueses tendem a guardar o pouco que poupam em depósitos bancĆ”rios, que atualmente atingem mĆ”ximos históricos, embora retornem uns mĆseros ~2% (e.g. ā¬200 num depósito de ā¬10.000).
Ao longo dos anos, temos vindo a perder forƧa para acompanhar os nĆveis mĆ©dios de poupanƧa dos restantes paĆses da UniĆ£o Europeia:

Na minha opinião, esta aversão ao risco, caracterizada pela preferência por investimentos de baixo rendimento, é consequência direta da baixa taxa de poupança.
Tendo em conta que poupamos pouco, temos menos para investir, preferindo não querer arriscar o pouco que efetivamente conseguimos poupar. Ou seja, quanto menos temos, mais precioso esse dinheiro é.
Como podem imaginar, isto fomenta um ciclo vicioso, em que uma baixa taxa de poupança alimenta a aversão ao risco, tendo como consequência um menor crescimento do nosso património.
As Ćŗnicas saĆdas sĆ£o 1) aumentar a taxa de poupanƧa (atravĆ©s de salĆ”rios mais altos e/ou menos impostos) e/ou 2) aumentar a taxa de retorno dos investimentos realizados.
Indo ao que interessa: amortizar o crédito habitação ou investir?
Bem, agora que sabemos os problemas responsƔveis pela falta de riqueza dos Portugueses, podemos focar-nos nas soluƧƵes: aumentar rendimentos e investir melhor as poupanƧas desses rendimentos.
Neste caso, decidi focar-me no conflito entre amortizar o crédito habitação e investir, por se tratar de um dilema bastante comum dos Portugueses.
Nota: caso existam outros crĆ©ditos por pagar, a resposta Ć© tratar desses primeiro antes de sequer pensar em investir. As condiƧƵes de crĆ©ditos pessoais, automóvel, fĆ©rias, etc tĆŖm custos elevados, pelo que a melhor opção Ć© liquidĆ”-los o mais rĆ”pido possĆvel antes de ponderarmos investir.
Entrando no tema que nos trouxe aqui, criei uma calculadora com o objetivo de englobar as circunstâncias de cada um, e estimar a melhor opção de acordo com:
As condições do crédito habitação.
A poupanƧa disponĆvel para amortizar/investir.
O retorno mƩdio do investimento onde aplicaria essa poupanƧa.
Como funciona a calculadora?
Para explicar o seu funcionamento, vamos a um exemplo prĆ”tico de uma casa comprada em 2024 por ā¬200.000, em que pedimos emprestados ao banco ā¬180.000 (90% do valor de compra), com uma taxa de juro (Spread + EURIBOR) de 5% durante 35 anos (420 meses).
Depois, estimamos conseguir ter ā¬1.000 poupados anualmente para amortizar e/ou investir e que, se os investĆssemos, conseguirĆamos um retorno de 5,9% ao ano (jĆ” explico de onde vem este valor).
Assim sendo, a calculadora ficaria preenchida assim:
Preenchida a informação, quando se clica em āCalcularā sĆ£o apresentados diferentes cenĆ”rios, destacando-se a opção mais e menos benĆ©fica.
As opções mais e menos benéficas são escolhidas com base nos maiores e menores valores de resultado financeiro (o resultado é a subtração dos custos aos ganhos), no final do prazo.
ā Nota: existe um GlossĆ”rio com algumas notas sobre a calculadora no final deste artigo depois da Ćŗltima sondagem. Ć só fazer scroll se tiverem dĆŗvidas!
Opção 1 - Não amortizar nem investir
Nesta opção, não hÔ lugar a reembolsos antecipados nem a investimentos, ficando a poupança simplesmente guardada no banco.
šĀ Vantagens:
Sem risco: ao não investir, evita a volatilidade do mercado financeiro e o risco de perdas.
Acesso imediato ao dinheiro: mantendo o dinheiro disponĆvel, tem maior liquidez e flexibilidade para lidar com emergĆŖncias ou oportunidades financeiras inesperadas.
šĀ Desvantagens:
ā Elevado custo com juros: sem amortizar o crĆ©dito habitação, continuarĆ” a pagar juros elevados sobre o montante em dĆvida, resultando num custo total significativamente maior ao longo do tempo.
Perda de potencial de crescimento: perda da oportunidade de aumentar o património.
Resultado
ā Conseguimos guardar ā¬35.000 (ā¬1.000 por ano durante 35 anos), a casa valoriza atĆ© aos ~ā¬400.000 mas gastamos mais de ā¬380.000 a pagar o crĆ©dito habitação dessa mesma casa ao longo dos anos.
No balanƧo das contas, no final de 35 anos, lucramos cerca de ā¬53.000 (dinheiro poupados + valorização da casa).
Nota: o valor da casa só se tornaria lĆquido após a sua venda, podendo ou nĆ£o pagar mais valias (depende das despesas com a mesma e do uso posterior do dinheiro da venda).
Opção 2 - Apenas amortizar
Neste caso, consideramos a situação que o meu colega defendeu com muita confianƧa, onde a poupanƧa anual de ā¬1000 Ć© exclusivamente usada para realizar reembolsos antecipados todos os anos.
šĀ Vantagens:
Mais paz de espĆrito: amortizar o crĆ©dito parcialmente reduz o montante em dĆvida, e menos dĆvida significa menos stress financeiro, trazendo maior tranquilidade para ao nosso dia a dia.
Retorno garantido: cada euro amortizado resulta em menos juros pagos ao banco ao longo do tempo.
šĀ Desvantagens:
Perdemos liquidez e recursos financeiros: o dinheiro amortizado Ć© gasto, e por isso, fica indisponĆvel, podendo resultar na perda de oportunidades de expandir o nosso património.
Resultado
ā A amortização anual de ā¬1000, apesar do prazo do crĆ©dito nĆ£o sofrer alteraƧƵes, leva a uma poupanƧa de ~ā¬29.000 em juros nĆ£o pagos.
Nota: em Portugal, ao fazer uma amortização, o valor da prestação diminui conforme o novo montante em dĆvida, mas nĆ£o hĆ” redução do prazo do crĆ©dito.
As únicas formas de reduzir o prazo do crédito habitação é pagÔ-lo todo antecipadamente (podem testar com valores de amortizações maiores) ou renegociar o mesmo com o banco.
No balanƧo das contas:
Ganhamos ā¬29.155 em juros nĆ£o pagos.
A casa valorizou atĆ© aos ~ā¬400.000.
Gastamos ~ā¬365.000 a pagar o capital em dĆvida e os juros associados
O resultado final Ć© positivo em cerca de ā¬64.000.
Nota: O pagamento mensal Ć© recalculado após cada reembolso, onde podes consultar o impacto de cada um deles nos āDetalhes da prestaçãoā.
Opção 3 - Apenas investir
Nesta situação, destinamos a poupanƧa a um produto de investimento. Inicialmente referi o S&P 500, que corresponde ao Ćndice que segue a performance financeira das 500 maiores empresas listadas em bolsa dos Estados Unidos.
Na nossa simulação, defini o retorno anual de 5,9% sobre o investimento porque, ao analisar os Ćŗltimos 100 anos em perĆodos de 35 anos (para coincidir com a duração do crĆ©dito habitação que estamos a analisar), esse foi o pior retorno obtido. Portanto, considero esta uma estimativa conservadora.
Nota: A mĆ©dia dos Ćŗltimos 100 anos foi de 7,93%. O pior retorno foi obtido entre os anos de 1929 ā 1963, devido Ć Segunda Guerra Mundial e Ć Guerra Fria, e ainda assim houve um retorno mĆ©dio de 5,9% nesse perĆodo.
No contexto da bolsa, quando falamos em retorno mĆ©dio anual, nĆ£o nos podemos esquecer que nĆ£o existe linearidade. Ou seja, nuns anos perde-se, noutros ganha-se. O que interessa Ć© o resultado final ao longos de vĆ”rios anos e dĆ©cadas. Aqui, por incrĆvel que pareƧa, o melhor comportamento Ć© mesmo ficar quieto e usufruir do milagroso efeito do juro composto.
šĀ Vantagens:
Possibilidade de maior retorno: investir pode ser mais recompensador a longo prazo, especialmente se o retorno do investimento superar a taxa de juro do crédito habitação.
Facilmente divisĆvel: para efeitos de heranƧa, torna-se mais facilmente divisĆvel do que um imóvel (um dia falaremos das leis das heranƧas em Portugal aqui).
šĀ Desvantagens:
Retorno não garantido: o retorno e risco andam de mãos dadas, portanto, procurando um maior retorno, implica reconhecer o risco que podemos perder o nosso investimento.
Mexe com o nosso psicológico: o mercado de aƧƵes, por exemplo, Ć© volĆ”til e estĆ” sujeito a flutuaƧƵes, e isso mexe com o nosso estado de espĆrito.
Resultado
ā Com o valor investido de ā¬35.000, conseguimos um retorno de ~ā¬74.000 ao longo dos 35 anos, amealhando assim cerca de ā¬109.000. No entanto, pagamos 28% de imposto sobre estes ganhos (cerca de ā¬21.000).
Depois, como nĆ£o amortizamos o crĆ©dito, saĆram do nosso bolso cerca de ā¬380.000 para pagar o montante em dĆvida e os juros, sendo que a casa valorizou atĆ© aos ~ā¬400.000.
No final das contas, o resultado Ć© positivo em cerca de ā¬72.000.
Opção 4 - Amortizar e investir (50/50)
Por último, este cenÔrio combina as duas opções, dividindo a nossa poupança 50% entre amortizar o crédito habitação e 50% em investir no S&P 500. Ao conciliar ambas as estratégias, o objetivo é conseguir atenuar as desvantagens de cada uma delas.
Resultado
ā Neste cenĆ”rio, ao amortizar ā¬500 ao crĆ©dito e ao investir ā¬500 no S&P 500 todos os anos, no final de 34 anos (nĆ£o consideramos o Ćŗltimo porque o emprĆ©stimo acaba no final do mesmo), acabamos por:
Amortizar ā¬17.000 (poupando ~ā¬14.500 em juros)
Investir ā¬17.000 (obtendo um lucro de ~ā¬37.500)
Ou seja, no final do balanƧo das contas todas:
Vemos a casa a valorizar atĆ© aos ā¬400.000 (mas gastamos ā¬373.000 para pagar o montante em dĆvida + os juros do crĆ©dito)
Poupamos ā¬14.500 em juros nĆ£o pagos (devido Ć s amortizaƧƵes).
Lucramos ā¬37.500 (mas pagamos ā¬10.5000 em impostos).
No final, o resultado Ć© positivo em cerca de ā¬68.000.
Conclusão
Ao longo deste artigo, usando o exemplo em cima do crĆ©dito de ā¬180.000 e a poupanƧa anual de ā¬1.000 para amortizar e/ou investir, exploramos diferentes cenĆ”rios na calculadora e abordamos as vantagens e desvantagens de cada um.
No final das contas, em termos financeiros com estas condições, os resultados são:
NĆ£o investir nem amortizar: +ā¬53.000
Apenas amortizar: +ā¬64.000
Apenas investir: +ā¬72.000
Amortizar e investir (50/50): +ā¬68.000
Apesar da calculadora mostrar qual Ć© a opção mais benĆ©fica financeiramente em termos de resultado lĆquido (ganhos - custos), nĆ£o considera aquela que a meu ver Ć© a maior variĆ”vel: a nossa componente psicológica.
Uma das minhas maiores referĆŖncias no mundo dos investimentos Ć© Peter Lynch. Ele menciona que "todos tĆŖm capacidade intelectual para ganhar dinheiro na bolsa, mas nem todos tĆŖm estĆ“mago para issoā.
Portanto, se me perguntam qual é a melhor opção, apesar da calculadora que criei dar uma resposta, só tu sabes a melhor para ti, só tu sabes que estÓmago tens.
Nota: variando as condições na calculadora, especificamente o valor a amortizar/investir e a sua frequência, os resultados variam significativamente.
Regra geral ao comparar Amortizar vs Investir
No geral, sem contar com mais valias e impostos a pagar sobre lucros obtidos com investimentos, a comparação faz-se de forma simplista assim:
ā Amortizar compensa mais: quando a taxa de juro do crĆ©dito for superior Ć taxa de retorno do investimento.
ā Investir compensa mais: quando a taxa de retorno do investimento for superior Ć taxa de juro do crĆ©dito.
Trabalho de casa
Agora que exploramos os diferentes cenÔrios, estÔ na hora de colocar o conhecimento em prÔtica. O meu objetivo com este artigo é ajudar mais pessoas a compreender a sua situação e a tomar decisões mais informadas. Por isso, bora lÔ, agora é contigo!
Passo 1 - Reunir a informação
Ano de aquisição da casa
Valor pago pela aquisição da casaā ā
Valor atual da dĆvida do crĆ©dito habitação
ā Taxa de juro anual do crĆ©dito habitação (Spread + EURIBOR)
Termo restante do crédito habitação em meses
ā Valor da poupanƧa disponĆvel para amortizar ou investir
FrequĆŖncia com que consegues poupar esse valor
ā Retorno mĆ©dio anual esperado do investimento (por exemplo, a mĆ©dia histórica do S&P 500)
Passo 2: Aceder Ć calculadora
ā ā Aceder Ć calculadora e inserir as informaƧƵes (Ć© gratuita - obrigado Pedro!).
Passo 3: Analisar os Resultados
ā Comparar o resultado obtido em cada um dos cenĆ”rios, especialmente o mais e menos benĆ©fico e compreender as diferenƧas.
Refletir sobre como cada cenÔrio se alinha com a tua situação financeira atual e objetivos a longo prazo.
Bem, chegamos assim ao fim deste artigo. Espero que toda esta informação te seja Ćŗtil e que a calculadora te ajude a perceber melhor os vĆ”rios cenĆ”rios possĆveis.
Se tiveres alguma questão, deixa-a num comentÔrio em baixo!
Se achaste que o artigo foi Ćŗtil e que mais pessoas o deveriam ler, por favor partilha com amigos e familiares.
AtĆ© Ć próxima š„
GlossƔrio da calculadora
Assume-se uma valorização anual de 2% do valor da compra do imóvel.
Ignora-se o valor de inflação em todos os cenÔrios por os afetar de forma igual.
Resumo:
āTerminarĆ” de pagar o crĆ©ditoā indica o mĆŖs e o ano, assim como a duração (em meses), em que o crĆ©dito ficarĆ” totalmente pago.
āReduziu o prazo do emprĆ©stimo emā Ć© o nĆŗmero de meses em que se antecipa o pagamento total do crĆ©dito habitação devido Ć s amortizaƧƵes feitas.
āAmortizou antecipadamenteā Ć© o valor total usado para efetuar reembolsos antecipados do crĆ©dito habitação em questĆ£o.
āMontante investidoā Ć© o valor investido no instrumento financeiro com o retorno referido pelo utilizador (e.g. ETF de S&P 500).
āGanhosā Ć© o somatório da parcela de ganhos apresentada.
āSairĆ” do seu bolsoā Ć© o somatório da parcela de custos apresentada.
āResultado (ganhos - custos)ā Ć© a diferenƧa entre ganhos e custos.
Custos:
āCapital em dĆvidaā Ć© o montante total em dĆvida que terĆ” que ser sempre pago ao banco (este dinheiro sai sempre da conta em qualquer cenĆ”rio).
āPagou em jurosā Ć© o valor pago em juros no crĆ©dito habitação (pode variar caso hajam amortizaƧƵes).
āImpostos sobre mais valias (28%)ā Ć© o valor pago em impostos sobre o lucro resultante do investimento (quando o houver).
Ganhos:
āValor da casaā Ć© o valor estimado do imóvel adquirido assumindo uma valorização de 2% ao ano desde o ano da compra do imóvel.
āLucro obtido com o investimentoā Ć© o retorno obtido sobre o valor investido considerando o retorno anual especificado pelo utilizador.
āAo amortizar poupou em jurosā Ć© o valor total de juros nĆ£o pagos devido aos reembolsos antecipados efetuados.
āDinheiro guardadoā Ć© o valor total guardado e nĆ£o usado durante o prazo do crĆ©dito no cenĆ”rio āNem amortizar nem investirā.
Disclaimer
Este artigo e respetiva calculadora foram desenvolvidos para ajudar na anÔlise de cenÔrios financeiros relacionados com crédito habitação e investimentos financeiros. No entanto, apesar dos esforços para garantir a precisão dos cÔlculos, podem ocorrer erros ou imprecisões. Se encontrarem algo que não bata certo, por favor reportem enviando email para ola@oamadorfinanceiro.pt ou deixando comentÔrio em baixo.
Isto não é aconselhamento financeiro pelo que recomendamos sempre consultar um consultor financeiro qualificado antes de tomar qualquer decisão baseada nos resultados fornecidos por este artigo e calculadora.
Nota: caso necessÔrio, ao reunir a informação, se precisarem de um conversor de extratos bancÔrios de PDF para Excel, recomendo o BankPDF.
ReferĆŖncias
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=598753053&DESTAQUESmodo=2
https://bpstat.bportugal.pt/serie/12710805
https://ec.europa.eu/eurostat/databrowser/view/nasa_10_ki/default/table?lang=en
Bom dia :)
Parabéns pelo artigo, a questão do estÓmago é a "questão".
Apenas 1 nota, os 2 primeiros cenÔrios na minha opinião não estão bem calculados.
Explico: Ou se considera a amortização anual de 1000e como um débito (cenÔrio 2) ou se considera a poupança anual de 1000e como um crédito (cenÔrio 1). Considerar ambos não estÔ correto.
AliÔs, conceptualmente, é fÔcil de perceber que Apenas amortizar não pode ser pior do que Não investir nem amortizar.
Assumindo que o cenƔrio 2 faz mais sentido (1000e como dƩbito) o cenƔrio 1 passaria para apenas 20.000e, ao contrƔrio dos 55.000e.
Excelente artigo e simulador.
A meu ver a conclusão é mesmo a cereja no topo do bolo. O "Zé" vê o dinheiro investido a diminuir e vende o que tem, assumindo a perda e ficando traumatizado e consequentemente conservador.
O estƓmago para levar uns murros Ʃ muito importante bem como saber o nosso limite.
O que recomendo aos meus amigos é dar o dinheiro investido como "esquecido" (o que é diferente de "perdido") e também a diversificação, mesmo sabendo que os etf ja são diversificados.
O meu racio é: 25%/75% - amortização/ investimento. (Fator de diluição de risco e nao só pensar no lucro)