🥕O primeiro passo para atingir a independência financeira

Perceber porque queremos ser independentes. Trabalhar menos? Gastar sem fazer contas? Lê sobre isto e outras questões neste artigo.

Olá pessoal e bem-vindos ao primeiro artigo d’O Amador Financeiro 🥕

Este é o começo desta jornada. Falamos de tempo e dinheiro, dos graus de independência financeira, conceitos a explorar e ainda temos trabalho de casa no final! Bora lá! 💪

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Quando penso em dinheiro, penso em tempo. No final do dia, todos nós trocamos o nosso tempo por dinheiro. E usamos esse dinheiro para comprar serviços e produtos que nos permitem viver. Simples, certo? 👐

No entanto, produzimos sempre mais do que aquilo que recebemos. Se nos pagassem o valor que produzimos, a organização não teria lucro. É assim que o sistema funciona. É algo que aceitamos porque o que recebemos satisfaz as nossas necessidades.

Posto isto, ganhar liberdade neste sistema significa equilibrar este acordo de trocar tempo por dinheiro. Desde não precisar de aceitar qualquer trabalho, a ter mais tempo para si, a poder comprar coisas mais caras, a independência financeira é algo muito desejado mas difícil de atingir sem um plano e a educação certa.

O primeiro passo

O primeiro passo é perceber porquê. Porque é que queremos ser independentes financeiramente? O quê que isto significa?

• Não ter de trabalhar?

• Poder escolher aquilo em que queremos trabalhar?

• Trabalhar menos horas?

• Ter tempo para descobrir aquilo que gostamos fazer?

• Poder gastar no que quisermos sem olhar para o preço?

Embora dependa da vida de cada um, uma pessoa é independente financeiramente quando, sem gastar tempo para gerar dinheiro, consegue cobrir as suas despesas normais.

Esta independência pode ser total ou parcial e permanente ou temporária. A diferença entre total e parcial é conseguir cobrir as despesas todas ou só algumas. A diferença entre permanente ou temporária tem a ver com o tempo que conseguimos viver sem gerar rendimentos ativos.

Perceber porquê é crucial para compreender a forma como queremos viver e o que tem de mudar para isso.

Podemos gostar de trabalhar mas ainda não ter encontrado o trabalho certo. Podemos querer não olhar para o preço quando fazemos compras. Podemos querer trabalhar menos e ter mais tempo para os filhos. Há muitas razões válidas para se querer ser independente.

O importante é perceber porquê, para definir objetivos e começar a poupar, a gerir orçamentos e a investir, caminhando na direção da independência. Tudo temas que iremos abordar ao longo do tempo!

O que nos dá esta independência?

No que toca à independência financeira, associo-a a podermos ter a liberdade para usar o nosso tempo nas atividades que quisermos sem nos preocupar se geram dinheiro ou não, de forma ativa.

Podemos usufruir desta independência para:

• Explorar uma ideia de negócio

• Fazer uma pausa na carreira e viajar

• Tirar um curso e mudar de carreira

• Cuidar da nossa saúde mental

• Seguir uma paixão que ainda apenas é um hobby

• Tirar uns meses para ver os filhos a crescer de perto

• Etc, etc, etc.

Se analisarmos bem todas estas hipóteses, o que a independência financeira nos dá é tempo! É a altura em que invertemos o sistema e trocamos dinheiro por tempo. Normalmente, isto é possível através do uso de poupanças e/ou de rendimentos passivos (e.g. ser senhorio e receber a renda de um apartamento todos os meses).

A independência financeira como o equílibrio entre tempo e dinheiro.

Graus de independência financeira

Diferentes pessoas, conforme os seus rendimentos, poupanças e investimentos vs as suas despesas, encontram-se em diferentes graus de independência financeira.

1. Insegurança: quando os nosso rendimentos são iguais ou inferiores às nossas despesas previstas. Não há margem para imprevistos, começamos a gastar poupanças sem controlo e a possibilidade de endividamento é real.

   Exemplo: Pessoas que gastam o salário todo todos os meses, vivendo sempre à espera do próximo.

2. Segurança: este é o nível em que conseguimos cobrir as nossas despesas previstas e imprevistas com rendimentos ativos e/ou passivos.

   Exemplo: O Joaquim tem despesas mensais de 600€ e um salário mensal de 800€ já depois de impostos.

3. Vitalidade: quando os rendimentos e/ou poupanças atingem um nível mais elevado, conseguimos elevar o nosso estilo de vida e começar a usufruir de coisas como férias, roupas novas, um carro, etc.

   Exemplo: A Maria tem despesas mensais de 800€ e normalmente umas extravagâncias no valor de 500€ por mês em média. A Maria tem um salário de 1300€ e gera 200€ todos os meses a partir de um e-book que vende online, cobrindo confortavelmente despesas e extras, conseguindo ainda poupar.

4. Independência: este é o meio termo entre dependência e riqueza abundante. Aqui conseguimos usufruir da mesma qualidade de vida que temos quando a trabalhar ativamente mas sem o ter que fazer. Se quiserem, os rendimentos passivos igualam o que seriam os rendimentos ativos, permitindo uma despreocupação financeira com o trabalho.

   Exemplo: O João e a Paula, enquanto casal, com todos os seus rendimentos passivos, geram o mesmo rendimento conjunto como quando estavam os dois a trabalhar full-time. Isto permite-lhes escolher, pois não precisam de trabalhar.

5. Liberdade: aqui encontram-se os 3 níveis anteriores - os rendimentos passivos/poupanças permitem-nos cobrir despesas, cobrir um estilo de vida mais elevado e ainda alguns luxos, sem a preocupação de trabalhar ativamente para gerar rendimentos.

   Exemplo: O Sr. António, já reformado, recebe 700€ de reforma mas tem 2 apartamentos alugados que, juntos, permitem-lhe cobrir as suas despesas, fazer 2 cruzeiros por ano com a mulher e ainda investir em bolsa regularmente.

6. Liberdade absoluta: ter dinheiro suficiente para comprar o que quiser, quando quiser, para quase toda a vida, sem nunca ter de trabalhar.

   Exemplo: Cristiano Ronaldo, Elon Musk, Jeff Bezos. Vocês percebem o nível 😅

Conceitos a explorar

🔥 Movimento FIRE: vem do inglês “Financial Independence, Retire Early”, em português IFRA de “Independência Financeira, Reforma Antecipada”. Está assente numa forma frugal de viver a vida com poupanças extremas para alcançar a independência financeira e a reforma mais cedo.

🖕 ‘Fuck you’ money: apesar de apresentar-se ofensivo, este conceito é “engraçado” na medida em que reflete a capacidade de uma pessoa usar o seu dinheiro e independência financeira para dizer ‘Fuck you’ recusar certas tarefas, trabalhos e até pessoas. Assume que dinheiro é poder!

👵 4% rule: é uma regra geral usada para definir o valor de poupanças a gastar em cada ano se estivermos reformados. Ou seja, diz que 4% é o gasto anual ideal quando reformados. É frequentemente utilizada para estimar o valor de poupanças necessário para nos reformarmos com segurança.

Para fechar

A realidade é que passamos a vida a trocar tempo por valor produzido e valor produzido por dinheiro. A independência financeira permite equilibrarmos a balança entre tempo e dinheiro a nosso favor, de acordo com a forma como queremos trabalhar e viver. O importante é perceber como queremos viver, para escolher que peso deve ter cada lado da balança.

Depois de sabermos como queremos a balança equilibrada, vamos começar aprender a controlar gastos, a fazer orçamentos, a poupar e a começar a investir. Toda uma jornada em que estaremos aqui para vos acompanhar! Até ao próximo artigo!

Trabalho de casa:

• 🤔 Refletir e responder às seguintes perguntas:

  • Quantos € preciso por mês para cobrir as minhas despesas?

  • Estou contente com a quantidade de tempo que passo a trabalhar?

  • Que outras atividades gostaria de ter tempo para explorar?

• 📖 Explorar: a regra dos 4% com esta calculadora

• 👀 Ver: “The Position of Fuck You”

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Fontes

Tony Robbins - Achieve Financial Freedom

The Money Principle - Degrees of financial independence

Corporate Finance Institute - Four percent rule